À espera do fim da pandemia, Dia das Crianças ainda será diferente
Pela segunda vez as crianças terão um 12 de outubro bem diferente dos outros. Está certo que no ano passado a regra era o afastamento social e, este ano, a criançada já até reencontrou amigos e parentes. Mas a pandemia ainda não acabou e os pequenos sabem disso. E eu posso provar.
Um ano e meio depois do começo da pandemia, o David Moura, de 11 anos, ainda não se acostumou a usar máscara, mas usa, porque sabe da importância dela.
"Na escola a gente tem que usar a máscara, não pode tirar por um segundo. A gente sai e tem que usar a máscara. É bem difícil usar máscara, mas eu uso para o bem dos outros, porque eu sei que os outros não vão se infectar se eu usar a máscara. E eu também não vou me infectar e infectar as pessoas que estão próximas a mim, tipo minha mãe, meu pai... Então, é por isso que eu uso máscara", contou.
Este ano, com a vacinação e a redução dos casos de covid-19, as crianças puderam voltar a conviver com os parentes e os amigos. Mas o grande impacto foi a volta às aulas. A saudade de colegas e professores era enorme, mas ainda não chegou a hora de dar aquele abraço do tamanho do infinito.
Yasmin Rodrigues tem 9 anos e sabe direitinho como funcionam os protocolos para ir à escola.
"Com a volta às aulas, eu evito abraçar a tia e os coleguinhas. Não pode mais compartilhar lanche e nem material. Na escola, a gente chega, mede a temperatura, passa álcool e sempre fica com a máscara", detalhou.
Agora, eu quero saber quem aí discorda da Estefany Mel Pereira, de 8 anos, que acha essa pandemia muito solitária e chata. Pronto, falei.
"Eu não posso dar a mão para o coleguinha, ir ao banheiro com as minhas colegas. Eu vou no bebedouro sozinha, sem minhas amigas. Isso é muito chato. Quando a pandemia não estava aqui, eu ficava junto com as minhas amigas, eu gostava das minhas amigas e elas tinham amor por mim. Eu não posso fazer distanciamento das minhas amigas (...) Eu tenho que usar máscara, tem que levar duas máscaras - uma para ficar na escola e outra para trocar", disse.
E, se criança rima com esperança, a Laina Sedenho, de 11 anos, dá aula. Ela sente falta de brincar como antes, mas sabe que isso tudo vai passar.
"Eu uso a máscara para brincar, estudar, passear e outras coisas. Eu queria muito que a gente parasse de usar a máscara, pois, quando acabar isso, a gente vai poder abraçar os amigos, brincar com eles pessoalmente, segurar a mão do colega, essas coisas", afirmou.
Eu estou com vocês, crianças. Por enquanto a gente vai mantendo os cuidados: usar máscara, não ficar muito pertinho de ninguém, deixar as mãos bem limpinhas e pedir para todos os adultos tomarem a vacina. Assim a gente manda um “xô, coronavírus” e torce para o ano que vem o 12 de outubro ser bem mais divertido.
Feliz Dia das Crianças!
* Com produção de Joana Lima e sonoplastia de Messias Melo.