Oito policiais militares foram presos e um afastado, nesta quinta-feira, em consequência de uma operação da Polícia Federal que investiga uma organização criminosa de contrabando de cigarros.
As investigações da Operação Capital duraram sete meses, até a PF levantar provas suficientes de que os policiais militares eram coniventes com as ações e recebiam propina para não prender os envolvidos.
Segundo a Polícia Federal, os investigados chegaram a movimentar 750 mim maços de cigarros em apenas uma noite. Em valor de mercado, essa movimentação corresponde a quase R$ 4 milhões.
O delegado da PF Pedro Henrique Oliveira explicou que as mercadorias eram trazidas do Paraguai para a cidade de Altônia, no Paraná, à qual eles se referiam como “capital”, daí o nome da operação. Durante as investigações, identificou-se que, com a movimentação financeira, os criminosos levavam vida de luxo. O delegado contou que havia cooperação até mesmo de policiais militares.
A Operação Capital ocorreu próximo à fronteira do Brasil com o Paraguai, na região da cidade de Guaíra, no Paraná. Quase 400 policiais federais saíram às ruas para prender, preventivamente, 64 pessoas envolvidas com a organização criminosa. Segundo a PF, foram emitidos, ao todo, 147 mandados a serem cumpridos no Paraná, nas cidades de Guaíra, Terra Roxa, Iporã, Francisco Alves, Umuarama, Cafezal do Sul e Altônia. Em Santa Catarina a operação foi em Camboriú.
A justiça determinou o sequestro de 31 imóveis, além do bloqueio de contas em nome dos chefes da organização, que enriqueceram com os crimes. Os investigados devem responder pelos crimes de contrabando, participação em organização criminosa e corrupção ativa e passiva. Se condenados, podem pegar mais de 25 anos de prisão.