O Hospital Federal de Bonsucesso, na cidade do Rio de Janeiro, recebeu, nesta quinta-feira, a paciente Daiana Chaves Cavalcanti, de 36 anos. Ela estava internada, desde junho, no hospital particular Santa Branca, em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, onde realizou procedimentos estéticos com o cirurgião plástico Bolivar Guerrero Silva e que foram mal sucedidos.
De acordo com o Hospital Federal de Bonsucesso, Daiana será acompanhada por uma equipe multidisciplinar formada por profissionais de cirurgia plástica reparadora, cirurgia geral, CTI, psicologia e serviço social
Daiana alegou que estava em situação de “cárcere privado”, pois estaria sendo impedida de sair do hospital. O médico, que é equatoriano, foi preso.
A transferência ocorreu depois que o advogado Ornelio Mota Rocha, que defende a paciente, conseguiu na justiça uma medida de tutela antecipada. Ele já tinha obtido duas liminares judiciais para transferir Daiana para outra unidade hospitalar, mas sem sucesso.
Nessa quarta-feira, a Justiça do Rio determinou o bloqueio de R$ 198 mil reais das contas do Hospital Santa Branca para custear a transferência e o tratamento da paciente Daiana Chaves Cavalcanti. A decisão foi tomada pela juíza Elizabeth Maria Saad, da 5ª Vara Cível de Duque de Caxias, município onde se localiza o hospital.
Depois da denúncia de erros nos procedimentos feitos pelo cirurgião plástico Bolivar, ao menos oito mulheres procuraram a polícia para apresentar queixa contra o médico.
Essa é a segunda vez que Bolívar Guerrero Silva é preso. A primeira foi em 2010, quando ele foi investigado por uso de substâncias não autorizadas durante os procedimentos estéticos.
O Conselho Regional de Medicina do Rio informou que, em relação a processos éticos, o cirurgião plástico já foi punido anteriormente com suspensão do exercício da profissão por 30 dias. E que consta também em nome dele um processo ético e uma sindicância. A defesa do médico foi procurada, mas ainda não se manifestou.
O Hospital Santa Branca foi procurado para se manifestar sobre o bloqueio do valor, mas ainda não se pronunciou.
Em relação às acusações de “cárcere privado”, o hospital se manifestou em nota, negando ter havido tal prática em sua unidade. Disse que a paciente estava em um quarto privativo, com direito a acompanhante. E ressaltou que o médico Bolivar Guerrero não faz parte de seu quadro societário.