A Justiça Federal em Minas Gerais aceitou uma denúncia do Ministério Público e transformou em rés 16 pessoas e duas empresas. Elas foram responsabilizadas pelo rompimento da barragem da Mina do Córrego do Feijão, em Brumadinho, Minas Gerais. O acidente ocorreu no dia 25 de janeiro de 2019 e causou a morte de 270 pessoas.
As 18 denúncias foram feitas pelo Ministério Público de Minas Gerais e confirmadas pelo Ministério Público Federal. E o processo criminal corre na 2ª Vara Criminal Federal de Belo Horizonte.
A advogada Ísis Táboas é diretora da Associação Estadual de Defesa Ambiental e Social na Bacia do Paraopeba. Ela conta que o recebimento da denúncia leva esperança para os familiares das vítimas.
A primeira-secretária da Avabrum, associação que representa os familiares de vítimas da tragédia em Brumadinho, Naiara Porto, espera que a justiça seja mais rápida.
As duas empresas denunciadas foram a mineradora Vale S.A. e a prestadora de serviços alemã Tüv Süd, que vão responder por crimes ambientais, de poluição e contra a fauna e a flora. Já as 16 pessoas foram acusadas pelos mesmos crimes e por 270 homicídios qualificados. Além disso, o Ministério Público pode oferecer novas denúncias a qualquer momento.
Os crimes ambientais atribuídos aos 18 réus prescreveram nesta quarta-feira.
A Tüv Süd informou que não comenta decisões judiciais. O advogado David Rechulski, que defende a Vale, afirmou que a denúncia tem mais de 24 mil páginas e foi aceita menos de 24 horas depois de chegar à justiça. Mas a defesa da mineradora disse não estar surpresa com isso, porque o foco principal do recebimento da denúncia seria evitar a prescrição dos crimes ambientais.
*Com produção de Salete Sobreira