Pequenas esferas de vidro que armazenam água foram identificadas na superfície da Lua. A descoberta da academia chinesa de ciências de geologia e geofísica foi publicada na revista Nature Geoscience e anunciada nesta semana.
Os cientistas analisaram 117 amostras de esferas multicoloridas e brilhantes que foram coletadas e trazidas para a Terra pela China em 2020. Conforme o estudo, elas se formaram após impactos violentos de pedras que vagavam pelo espaço e se chocaram contra a superfície do satélite natural.
Sem proteção da atmosfera, a Lua é bombardeada por minúsculos meteoritos, resultando na composição destas esferas. O calor gerado derrete o material da superfície adjacente, que resfria posteriormente nas partículas. A água, que consiste em moléculas de hidrogênio e oxigênio, fica armazenada nessas esferas, que agem como uma espécie de esponja, absorvendo as moléculas de água. O volume de água contido em esferas por toda a Lua é estimado em 270 trilhões de quilos, de acordo com a pesquisa, representando um importante reservatório de água, que pode apoiar as próximas atividades de missões tripuladas na Lua, seja como suplementação alimentar, seja como combustível.
Cientistas acreditam que a água que se encontra dentro dessas esferas pode ser liberada através de um processo de aquecimento que, ao libertar vapor, daria origem a água através da condensação.
Foram retirados cerca de 1,7 quilogramas de solo lunar durante a missão chinesa de 2020. A cápsula que trouxe estas amostras caiu na zona da Mongólia. Esta é a terceira missão que colheu solo lunar. As anteriores foram da antiga União Soviética, em 1969, e dos Estados Unidos, em 1972. Outros estudos já haviam encontrado água em esferas de vidro formadas pela atividade vulcânica lunar em amostras recolhidas pelos astronautas americanos da Apollo.
A NASA deve enviar uma equipe de astronautas para a Lua até o final de 2025. Essa missão deve se concentrar no lado sul do satélite, onde se acredita que as crateras estariam cheias de água congelada.