Uma pesquisa realizada pela Universidade de São Paulo analisou imóveis ociosos no centro da capital paulista.
A maioria dos proprietários desses bens são herdeiros ligados à história do desenvolvimento do Estado, da expansão cafeicultora e da indústria na cidade e de instituições religiosas. A pesquisadora responsável pelo estudo, Ana Gabriela Akaishi, deu um nome para esse perfil: é o “arcaico setor proprietário rentista imobiliário”.
Segundo ela, não é possível afirmar que esses imóveis estão ociosos por causa da expectativa de ganhos futuros por parte dos proprietários, a chamada especulação imobiliária.
No entanto, os problemas atrelados a esses proprietários dificultam a comercialização e o uso social desses lugares.
Existem legislações e ações para dar uso a esses imóveis. Desde 2013 em São Paulo, por exemplo, a prefeitura realiza uma fiscalização e notifica os proprietários dos imóveis ociosos.
Em uma das soluções do poder público para o problema, o MSTC (Movimento dos Trabalhadores sem Teto do Centro), conseguiu este ano a regularização de seus moradores na chamada Ocupação 9 de Julho.
O prédio ocupado pelo movimento estava abandonado há mais de 20 anos e se transformou numa ocupação em 2016. Posteriormente, o prédio foi incluído no programa Minha Casa Minha Vida e este ano os moradores receberam os contratos do programa habitacional.
De acordo com dados mais recentes da Secretaria de Urbanismo, mais de 1360 imóveis ociosos foram notificados em toda a cidade de São Paulo em 2022.