Um estudo da UFF, Universidade Federal Fluminense, apurou que mais de 90% dos mais de 143 mil adolescentes que cumprem medidas de liberdade assistida, semiliberdade, internação estrita e prestação de serviços à comunidade, não completaram o Ensino Fundamental.
Outro número preocupante é o de que mais de 70% deles vivem em áreas de conflito armado.
Outros dados sobre o perfil dos jovens entrevistados são que 97% deles são homens; 76% são negros; 34% possuem renda familiar de 1 a 3 salários mínimos e 70% deles está na faixa etária entre 15 e 17 anos.
As informações fazem parte do estudo Trajetória Escolar e de Vida de Jovens em Situação de Risco e Vulnerabilidade Social Acusados de Cometimento de Ato Infracional. O estudo foi realizado pelo professor da UFF, Elionaldo Fernandes Julião, que analisou o perfil de menores moradores da cidade do Rio de Janeiro.
Um fato que chamou a atenção do docente foi que o alto número de jovens problemáticos na faixa etária entre 15 a 17 anos, está diretamente ligado à evasão escolar e à uma perspectiva de início da vida profissional.
Sobre os adolescentes e jovens que afirmaram ter alguma atividade remunerada, o número de homens inseridos no mundo do trabalho é quase três vezes maior que o das mulheres, que é de aproximadamente 13%.
Quanto ao uso de drogas por adolescentes e jovens, o percentual de homens que usam drogas é quase o dobro de mulheres, que é em média 22%.
O estudo concluiu que os jovens que cometeram atos infracionais são os mais vulneráveis socialmente no Brasil: homens, negros, pobres, pouco escolarizados e que começaram a trabalhar muito cedo. A pesquisa demonstra que somente os pretos e pobres vão para o sistema socioeducativo, enquanto os outros são liberados.