A comitiva do governo federal formada pelas ministras da Saúde, Nísia Trindade. do Meio Ambiente, Marina Silva, e dos Povos Indígenas, Sônia Guajajara, chegou na tarde desta segunda-feira (1º), em Boa Vista, capital de Roraima, para coordenar as ações de reforço no combate ao garimpo ilegal no território Yanomami.
A ministra da Saúde foi até o Hospital Geral de Roraima, o maior do estado, e visitou os dois Yanomami que sobreviveram ao ataque de sábado (29), que matou um indígena. Nísia Trindade destacou a atuação das equipes que prestaram socorro às vítimas:
“É algo que nos sensibiliza muito ver o empenho das equipes tanto no hospital, quanto as equipes no Centro de Referência em Surucucu, que o Ministério da Saúde montou recentemente justamente para dar uma retaguarda e um suporte, evitando remoções em grande número, como vinham ocorrendo, para Boa Vista. E dando uma condição de atendimento e cuidado fundamentais para que esses dois indígenas hoje estejam, segundo a informação que tive das equipes de saúde, sem correr risco de vida”.
Após a visita ao hospital, Nísia Trindade se reuniu com lideranças do Distrito Sanitário Especial Indígena de Boa Vista. A ministra ouviu relatos sobre a situação de saúde e as ameaças de garimpeiros na região.
As ministras do Meio Ambiente e dos Povos Indígenas sobrevoaram a Terra Yanomami para ver de perto o rastro de destruição causado pelo garimpo ilegal na maior reserva indígena do país. Sônia Guajajara afirmou que o governo trabalha para desocupar a Terra Yanomami sem que haja violência:
“A nossa preocupação é que tudo aconteça da forma mais pacífica possível. A gente não está, de forma alguma, incentivando esses conflitos. A gente quer amenizar essa situação e não queremos derramamento de sangue. E é por isso que a gente vem aqui em Boa Vista, mais uma vez, para trazer essa presença do Estado brasileiro e reforçar essa atuação da Operação Libertação dentro do território Yanomami”.
Marina Silva afirmou que a maior parte dos pontos de garimpo na terra indígena já foi desativada, mas dados de satélite ainda identificam garimpos ativos:
“Nós podemos observar, no sobrevoo, que existem vários garimpos que, de fato, foram desativados e estão abandonados. Mas alguns, segundos os dados do satélite, e pelo o que podemos observar, continuam ativos. E esses precisarão ser desativados - e serão desativados com ação de inteligência e com todo o suporte das ações integradas de todos esses segmentos”.
No mês passado, a Força Aérea Brasileira (FAB) voltou a restringir o acesso aéreo, com o objetivo de impedir a chegada de novos garimpeiros e, principalmente, o abastecimento dos que já estavam ilegalmente na área.