O Banco do Brasil emitiu uma nota, afirmando que a história do país e suas relações com a escravidão de comunidades negras no século 19 precisam de reflexão permanente. E que a busca por reparação histórica é um processo de responsabilidade de toda a sociedade.
No texto, enviado à reportagem da Rádio Nacional, o Banco diz, ainda, que tem sido uma das empresas brasileiras com maior contribuição nesse processo, e cita um Protocolo de Intenções, assinado em julho deste ano com o Ministério da Igualdade Racial, a fim de unir esforços em ações direcionadas à superação da discriminação racial, à inclusão e à valorização das mulheres negras.
O posicionamento do Banco do Brasil foi em resposta ao inquérito civil público aberto pelo Ministério Público Federal, nesta semana, para investigar a participação da instituição no tráfico de pessoas negras.
A ação foi gerada a partir de um documento elaborado por historiadores de universidades brasileiras e de outros países, que fala sobre a relação do Banco do Brasil com a economia escravista e seus negociantes.
De acordo com o procurador regional dos direitos do cidadão do MPF, Júlio José Araújo, que assina o despacho junto com outros dois procuradores, esse movimento de reparação vem acontecendo também em outros países.
O procurador adiantou que está agendada, para o dia 27 de outubro, uma reunião, no Rio de Janeiro, com a direção do Banco do Brasil, historiadores que propuseram a ação e representantes da sociedade civil. Em pauta, o debate sobre medidas de reparação histórica.