O Brasil tem 546 mil médicos. São 2,7 profissionais para cada mil habitantes.
A relação coloca o país no mesmo patamar do Canadá, Japão e Estados Unidos . E abaixo de países como Reino Unido, França e Alemanha que tem cerca de 3,7 médicos para cada mil habitantes.
Mas a média brasileira guarda desigualdades profundas. Aqui, os médicos estão mal distribuídos, concentram-se em poucas capitais e com número insuficiente de especialistas.
Enquanto o DF tem seis médicos para cada mil pessoas, no Maranhão a proporção é CINCO vezes menor: 1,2 para cada mil habitantes.
De cada 10 médicos, 6 estão nas 41 cidades com mais de 500 mil moradores. Nelas, vivem 29% da população. Já as cidades menores, de até 20 mil habitantes, onde vivem 16% dos brasileiros, tem menos de 3% dos médicos.
Olhando para as especialidades, os problemas se aprofundam. No Pará, por exemplo, a taxa de cirurgiões por 100 mil habitantes é seis vezes menor que no DF.
O retrato da distribuição dos médicos pelo país está no estudo Demografia Médica do Brasil feito pela Faculdade de Medicina da USP e a AMB, a Associação Médica Brasileira.
Para José Dolci, Diretor Científico da AMB, os dados renovam um problema antigo. Para ele, a solução passa por políticas que garantam a estrutura dos serviços de saúde e a valorização dos profissionais.
A AMB já tinha lançado, no começo do ano, outro estudo sobre a demografia médica, mas o novo levantamento foi atualizado pelo Censo do IBGE.