A violência sexual contra mulheres é uma realidade em todo o país. No entanto, o número de registros nos estados da Amazônia Legal é superior ao de outras regiões. Em 2022, foram mais de 60 vítimas para cada 100 mil mulheres na região. Meninas de 0 a 14 anos representam quase 70% dessas vítimas nos últimos cinco anos.
Esse cenário de violência contra mulheres na Amazônia Legal faz parte do relatório divulgado, nessa segunda-feira (18), pelo Instituto Igarapé, a partir de informações dos sistemas oficiais de saúde e dos órgãos de segurança pública.
O número de mulheres vítimas de homicídio doloso – que é quando há intenção de matar - caiu apenas 2% na região da Amazônia Legal, nos últimos 5 anos. Enquanto a redução no restante do país foi de 12%, no mesmo período.
Entre os estados da região amazônica que tiveram aumento na taxa desses homicídios, destaque para o Maranhão, com um aumento de mais de 250%; seguido por Rondônia, Mato Grosso e Tocantins.
Quanto aos casos de feminicídio, que é quando as mortes acontecem por causa da condição de serem mulheres, as taxas aumentaram 15% na Amazônia Legal, seguindo a tendência de aumento no resto do país.
O relatório do Instituto Igarapé também destaca o crescimento significativo da violência psicológica e patrimonial, no período mais crítico da pandemia de covid-19, chegando a mais do que dobrar nesse período.
Para atuar nesse cenário, o Ministério das Mulheres lançou, nesta terça-feira (19), o Plano de Ação do Pacto Nacional de Prevenção aos Feminicídios, com orçamento previsto de R$ 2,5 bilhões. No evento, a ministra Cida Gonçalves falou da necessidade de estabelecer uma política de “Feminicídio Zero”.
O anúncio do Plano aconteceu em Brasília, durante o evento 'Março das Mulheres'.