O governo federal liberou, nesta segunda-feira (6), mais de R$ 580 milhões em emendas parlamentares para o Rio Grande do Sul. Desse total, R$ 538 milhões são para a área de Saúde.
O Ministério dos Transportes prevê investimentos de R$ 1 bilhão em obras emergenciais e de reconstrução. A pasta trabalha para liberar até o próximo domingo, os caminhos para saídas norte, sul e central do estado.
Além disso, o governo federal busca um caminho formal e jurídico para ações emergências no Rio Grande do Sul.
As medidas serão apresentadas nesta segunda-feira pelo presidente Lula.
O desastre no Rio Grande do Sul já impactou a vida de mais de 870 mil pessoas em 364 municípios.
O Aeroporto de Porto Alegre vai ficar fechado até 30 de maio. Segundo a administradora Fraport Brasil, não há previsão de retomada das operações.
Até o momento, o estado gaúcho tem 83 mortes confirmadas, 111 desaparecidos e 276 feridos.
Quase 130 mil estão desalojadas e 20 mil seguem em abrigos.
A moradora de Canoas, Paula Hoffman, saiu de casa no último sábado, após a enchente na cidade.
"Lá pelas 3h30, foi questão de cinco minutos, a água subiu pelos boeiros. Foi muito rápido. Encheu tudo. E aí foi questão de minutos para a gente conseguir sair. Muito tumulto. Vizinhos, amigos, todo mundo tentando sair ao mesmo tempo. Então conseguimos chegar até o abrigo. E em menos de 1h, tivemos notícias que a água já ultrapassava dois metros. É cenário de guerra. É desesperador".
Paula diz que não sabe como será o retorno para casa, já que tudo foi destruído.
"Infelizmente a gente está com a roupa do corpo. Graças a Deus ainda está chegando ajuda aqui no ginásio. Se a pessoa estiver molhada, tem algumas roupas, tem algum acolhimento. Mas a gente não sabe a situação quando as águas baixarem. Não sobrou nada. Nada. Nada. Nada. Porque a água ultrapassou o telhado. Então, provavelmente, neste momento, até as águas baixarem, estão tudo submerso".
Mais de 35 mil pessoas e 4,5 mil animais foram resgatados.
A tenente Sabrina Ribas da Defesa Civil do Rio Grande do Sul alerta para as pessoas deixarem lugares de risco.
"É bem importante que as pessoas que estão em uma condição: 'Ah, mas a água não vai subir. Não, nunca subiu até aqui'. Porque quando a pessoa não sai de casa e a água sobe, ela acaba se colocando em uma condição crítica de risco maior, de emergência. E isso acaba sobrecarregando as forças de resposta. E tem que daí gerenciar toda essa questão de pedido de resgate com sobrecarga".
Quase R$ 1 bilhão foram liberados pelo governo federal para o Rio Grande do Sul.
A maior parte do valor, cerca de R$ 770 milhões, será para 870 mil beneficiários do Bolsa Família e do BPC.
*Com produção de Dayana Vítor.