As seguradoras que atuam no Rio Grande do Sul estimam indenizações de R$ 1,7 bilhão no Estado.
A informação foi divulgada nesta sexta-feira (24) pela CNSeg, a Confederação Nacional das Seguradoras.
O levantamento, com 140 associadas, mostra que entre 28 de abril e 22 de maio foram registrados mais de 23 mil avisos de sinistro.
No topo da lista das indenizações estão as residenciais e habitacionais, com quase 50% dos pedidos.
O presidente da CNSeg, Dyogo Oliveira, explicou a diferença entre esses dois tipos de seguros.
“Aquelas pessoas que têm financiamento ativo, têm seguro habitacional e têm cobertura para alagamento. Ele não cobre danos a bens e outras coisas que estão dentro do imóvel. Mas ele cobre se caiu uma parede, se caiu o telhado. O seguro residencial pode ter a cobertura para alagamento também, mas aí as pessoas têm que ver na sua apólice se elas contrataram ou não contrataram o seguro para alagamento, então ela cobre não só o dano imóvel, como também o conteúdo da casa”.
Segundo o presidente da CNSeg, o que se sabe até aqui é que o número de pessoas que contrataram o seguro residencial com cobertura para alagamento não é muito grande.
Já as indenizações agrícolas, as empresariais, de transportes, de automóveis e as de grandes riscos, como complexos industriais, respondem pelos outros 50% dos pedidos.
Os seguros de grandes riscos e de automóveis devem pagar 63 % do total estimado: R$ 1 bilhão.
Dyogo Oliveira disse ainda que no caso dos carros segurados que não podem ser recolhidos para perícia e das pessoas que não tinham nenhum seguro, o setor têm procurado ajudar.
“Mesmo pessoas que não tinham seguro foram socorridas pelas equipes de assistência das seguradoras. As seguradoras estão assumindo, inclusive, risco por conta de que o Detran não está funcionando, não é possível recolher o veículo, mesmo assim as seguradoras estão indenizando para depois, confiando na boa fé das pessoas, fazer os ajustes necessários, mas a maioria das seguradoras tem agilizado os pagamentos”.
Ainda de acordo com o presidente da CNSeg, todos os números ainda são preliminares.
“Essa nossa estimativa aqui é de indenizações avisadas. As seguradoras estão acelerando os pagamentos, o mais rápido possível, mas principalmente no rural, nos grandes riscos, no residencial, vai depender de uma avaliação do dano causado e isso não é possível antecipar com precisão, então a gente está falando aqui de indenizações previstas”.
Segundo Oliveira, a calamidade pública no Rio Grande do Sul pode se tornar o evento de maior impacto no setor de seguros provocado pela natureza.
* Com reportagem de Oussama El Ghaouri