A Polícia Federal iniciou a segunda fase da Operação Venire, que investiga uma associação criminosa, suspeita de inserir dados falsos de vacinação contra a Covid-19 na Rede Nacional de Dados em Saúde e no Sistema de Informação do Programa Nacional de Imunizações, do Ministério da Saúde.
Os alvos desta etapa, deflagrada na manhã desta quinta-feira, são agentes públicos vinculados ao município de Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, suspeitos de facilitar a inserir os dados falsos nos sistemas do Ministério.
A operação, autorizada pelo Supremo Tribunal Federal, a pedido da Procuradoria-Geral da República, visa também identificar novos envolvidos no esquema.
A primeira fase da Operação Venire aconteceu em maio do ano passado e levou à prisão o tenente-coronel Mauro Cid Barbosa, que foi ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro. Na mesma época, agentes cumpriram um mandado de busca e apreensão na residência de Bolsonaro, em Brasília.
A operação investiga a adulteração no cartão de vacina do ex-presidente; da filha dele, Laura, e também de Mauro Cid. A imunização teria sido feita em uma Unidade Básica de Saúde da capital paulista, no dia 19 de julho de 2021, e os dados inseridos no sistema no município da Baixada Fluminense.
De acordo com a prefeitura de São Paulo, apesar de haver registro no sistema com o CPF de Bolsonaro, a Unidade de Saúde nunca atendeu o ex-presidente, nem recebeu o lote da vacina citado no registro, e a profissional registrada como vacinadora nunca trabalhou naquele posto.
Durante a primeira fase da operação, o Ministério da Saúde afirmou que todas as informações inseridas no sistema de registro de imunizações são rastreáveis e feitas mediante cadastro. // Segundo a Pasta, não houve relato de invasão externa ou de acesso sem cadastro ao sistema.
Procurada pela reportagem, a Prefeitura de Duque de Caxias ainda não se manifestou.
Em resposta, o governo do estado do Rio de Janeiro informou que "a Operação da PF tem como alvo único e exclusivo a obtenção de cartões de vacinação relacionados ao município de Duque de Caxias. E que não existe nada referente ao Governo do Rio na investigação e nem fatos que comprometam a conduta do secretário Washington Reis", então prefeito de Caxias.