Seca no cerrado brasileiro é a pior em 700 anos, mostra estudo
As mudanças climáticas são uma realidade. E no cerrado brasileiro, a situação ainda mais evidente. Pesquisadores da USP, a Universidade de São Paulo, publicaram um estudo na revista Nature que indica que a seca no cerrado brasileiro é a maior dos últimos 700 anos.
A pesquisa indica que a região central do país teve um aumento de 1º C acima da média global. Com o ambiente mais quente, uma parte da chuva evapora antes de infiltrar no solo. Isso concentra as chuvas em um determinado período e afeta até o nível dos rios.
A pesquisa foi elaborada analisando as chuvas na região em mil anos. Mas como foi possível? A partir de um tipo de rocha específica, os estalagmites, de uma caverna no Parque Nacional do Peruaçu, no norte de Minas Gerais. O geólogo e professor da USP, Nicolás Stríkis, explica como foi possível relacionar os fenômenos.
O estudo da USP ainda comparou os dados históricos das chuvas com a temperatura registradas na estação meteorológica de Januária, também no Norte de Minas Gerais, que cataloga medições climáticas desde 1915. O resultado indica essa tendência de seca sem precedentes no cerrado, que está hoje 1º C mais quente que a média mundial.
Em tempos de negacionismo climático e da ciência, o professor Nicolás Stríkis alerta para a relação direta entre as mudanças climáticas e ação do homem.
O pesquisador da USP ainda reforça que a informação é a melhor forma para combater a negação de evidências científicas na nossa sociedade.
*Com produção de Renato Lima