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Caso Marielle: defesas de Ronnie e Queiroz pedem condenações justas

Advogado de Lessa discorda que crime teria motivação política
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Tatiana Alves - repórter da Rádio Nacional
31/10/2024 - 17:15
Rio de Janeiro
Rio de Janeiro (RJ), 30/10/2024 – Julgamento de Ronnie Lessa e Elcio Queiroz no 4º Tribunal do Júri do Rio de Janeiro, no Tribunal de Justiça, no centro da capital fluminense. Foto: Tomaz Silva/Agência Brasil
© Tomaz Silva/Agência Brasil

No segundo dia de julgamento dos acusados de matar Marielle Franco e o motorista Anderson Queiroz, a defesa de Ronnie Lessa pediu a condenação de seu cliente de forma justa. O advogado Saulo Carvalho fez o pedido nesta quinta-feira (31).

“No julgamento de hoje, eu peço que ele seja condenado de uma forma justa. Que ele responda na medida de sua culpabilidade, do que ele fez e do que ele não fez. Ronnie foi denunciado pela prática do homicídio contra a vereadora Marielle Franco por motivo torpe e, eu ouso discordar da acusação, porque não há nos autos a atuação de Ronnie Lessa, pesquisas de Ronnie Lessa contra a vereadora Marielle Franco em seu sentido político”.

Já a defesa de Elcio Queiroz, representada pela advogada Ana Paula Cordeiro, argumenta que seu cliente não tinha motivações para cometer o crime, ao contrário de Lessa. Ela pediu uma condenação na medida do seu grau de culpa.

“Somente no caminho, da Barra da Tijuca até o Centro, que foi informado pra ele quem era Marielle. Ele nunca tinha ouvido falar em Marielle. Não tinha nenhum motivo para matá-la. Ronnie falava que era um motivo pessoal. Depois viemos a saber que era uma promessa de R$ 50 milhões. Élcio, ao dirigir o veículo, acreditava que Ronnie mataria somente Marielle.”

Os acusados de serem mandantes dos crimes são os irmãos Chiquinho e Domingos Brazão. O delegado Rivaldo Barbosa, chefe da Polícia Civil do Rio de Janeiro na época do crime, é acusado de ter prejudicado as investigações. Os três estão presos desde 24 de março deste ano, depois das delações premiadas de Élcio e Ronnie.

Há um processo paralelo contra eles no Supremo Tribunal Federal por causa do foro. Também são réus no processo o ex-policial militar Robson Calixto, ex-assessor de Domingos Brazão, que teria ajudado a se livrar da arma do crime, e o major Ronald Paulo Alves Pereira, que teria monitorado a rotina de Marielle.

A motivação do assassinato de Marielle Franco, segundo os investigadores, envolve questões fundiárias e grupos de milícia. Havia divergência entre Marielle e o grupo político do então vereador Chiquinho Brazão sobre o Projeto de Lei que buscava formalizar um condomínio na Zona Oeste da capital fluminense.

 

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