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Pesquisa aponta que crianças também são vítimas de ofensas na internet

Dados são da TIC Kids online, divulgada pelo Comitê Gestor da Internet
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Renato Ribeiro - repórter da Rádio Nacional
23/10/2024 - 17:38
Brasília
Brasília (DF) 22/10/2024 Criança faz uso de celular, tablet e computador  Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/ Agência Brasil
© Fabio Rodrigues-Pozzebom/ Agência Brasil

Mais de 90% das crianças e adolescentes entre 9 e 17 anos acessam a internet no Brasil, 80% tem perfis em plataformas digitais. A mas usada é o WhatsApp, por 71%, seguido de YouTube Instagram e Tik Tok. Os dados são da pesquisa TIC Kids online Brasil, divulgada nesta quarta-feira (23) pelo CGI, o Comitê Gestor da Internet no Brasil.

Nos últimos três meses, mais de 24 milhões de crianças e adolescentes acessaram conteúdos de vídeos músicas jogos ou de redes sociais e quase 500 mil admitiram nunca ter navegado na internet. Segundo a coordenadora da pesquisa TIC Kids online Brasil, Luisa Adib, o desafio é fazer os jovens entenderem o funcionamento das plataformas e terem um uso responsável.

"O fato do YouTube ser a segunda plataforma com a maior proporção de usuários frequentes, porque os mais novos, né, 9 a 10 anos e 11 a 12 anos, são aqueles que usam mais frequentemente a plataforma. Os mais velhos. eles usam mais frequentemente o WhatsApp e o Instagram. E o Tik Tok, ainda que o mais usado pelos mais velhos, ele é mais usado que o Instagram pelos mais novos, então a gente tem uma plataforma mais recente que são ocupadas também, né, usadas com mais frequentemente por aqueles que são mais novos nesses ambientes".

O celular é o dispositivo mais usado por 98% desses usuários para acessar a rede, depois aparecem televisão computador e videogame. Além disso, mais de 90% dos jovens entre 15 e 17 anos são donos de celulares e 67% das crianças de 9 a 10 anos também têm o aparelho.

A professora da Universidade Federal do Ceará, Inês Vitorino, demonstra preocupação com o uso de celulares pelas crianças, além do acesso solitário às redes sociais.

"Que a criança acessa muitas vezes sozinha e que muitas vezes chega para ela com conteúdos que não são adequados à idade, que não tem filtros etários, que não tem uma uma política de recomendação que eu diria colaborativa. A política de recomendação que essas crianças recebem é uma curadoria feita de forma empresarial, conforme os interesses que prevalecem em cada uma dessas companhias e dessas plataformas".

A pesquisa mostra que quase 30% dos usuários de 9 à 17 anos já passaram por situações ofensivas ou desagradáveis na internet. E ainda 42% afirmaram ter visto alguém ser discriminado na rede. E mais: 30% dos jovens, a maioria de 13 a 17 anos, relataram ter tido contato com pessoas desconhecidas em plataformas de redes sociais, de mensagens instantâneas e de sites de jogos.

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