Há 92 anos, uma grande manifestação marcou a chegada ao poder do Partido Nacional Fascista e o fim da democracia liberal, com a nomeação de Benito Mussolini como Chefe de Governo.
Debaixo de uma chuva torrencial, milhares de simpatizantes do regime autoritário partiram de Nápoles, no Sul da Itália, a pouco mais de 200 quilômetros de Roma, e ocuparam a capital para reinvindicar o poder no reino, lançando a semente do primeiro Estado fascista no continente Europeu.
Outras marchas sobre Roma já haviam acontecido ao longo da história da cidade, como há 20 séculos, quando Otávio Augusto, sobrinho-neto do imperador Júlio César, soube do assassinato do tio-avô, que o havia escolhido sucessor ao trono. Ele marchou sobre a capital do Império Romano para tomar o poder.
Mas dessa vez, o líder do golpe, Benito Mussolini, chegou de trem confortavelmente, um dia depois do fim da marcha, dizendo que tinha participado de uma batalha sangrenta que resultou na morte de três mil pessoas. Esse conflito, o qual Mussolini se referia nos discursos, jamais aconteceu, e a ocupação de Roma foi pacífica.
Tanto que o primeiro ministro italiano acabou se demitindo e, sem oferecer resistência, o rei Vitor Manuel III convidou Mussolini para formar um novo governo. O duce, como Mussolini também era chamado, que em italiano significa líder, começou a compor seu ministério com poderes absolutos 3 dias depois do fim da marcha.
Anos mais tarde, Adolf Hitler, inspirado no movimento, tentou organizar uma ação parecida até Berlim.
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