Líderes latino-americanos lamentam a morte de Fidel Castro e falam do seu legado
Buenos Aires – Na América Latina, Fidel Castro foi lembrado neste sábado (26) como um líder que deixou sua marca na região. A presidente do Chile, Michelle Bachelet lamentou a morte de um líder que lutou pela “dignidade e justiça social em Cuba e na América Latina”.
Os presidentes da Venezuela, Nicolás Maduro, e da Bolívia, Evo Morales, lembraram que Fidel Castro inspirou novas gerações de líderes latino-americanos – mesmo depois de ter renunciado a presidência de Cuba em favor de seu irmão, Raúl Castro, em 2008.
Maduro disse que cabe agora a todos os “revolucionários do mundo continuar o caminho” de Fidel, que ele chamou de “gigante da humanidade”. Ele lembrou da grande amizade entre Fidel Castro e o ex-presidente venezuelano Hugo Chávez, que governou o país de 1999 até sua morte em 2013. Chávez morreu em Cuba, onde estava se tratando de câncer.
Na Bolívia, o presidente Evo Morales lembrou que Cuba enviou médicos a seu país para operarem de graça. Ele disse que a melhor homenagem ao líder cubano era “unir os povos” e “resistir ao modelo capitalista”, e lutar por outro mais solidário.
Os colombianos lembraram que Cuba desempenhou um papel fundamental nas negociações para o acordo de paz entre o governo e as Forcas Armadas Revolucionarias da Colômbia (FARC) – a maior guerrilha do país e a mais antiga da América Latina.
“Que o acordo de paz seja nossa homenagem”, disse um dos líderes das Farc que negociou acordo com o governo colombiano em Havana. As FARC, como outros grupos guerrilheiros da América Latina, se inspiraram na revolução cubana, liderada por Fidel Castro. Seu irmão, Raúl Castro, ajudou a mediar o acordo com o presidente Juan Manuel Santos. O acordo será votado no Congresso na semana que vem – durante os nove dias de luto, em Cuba, pela morte de Fidel.
Na Argentina, a ministra das Relações Exteriores, Suzana Malcorra, disse que a morte de Fidel Castro fecha “um importante capitulo da história latino-americana”. Na opinião dela, Fidel entregou o poder ao irmão, Raul, porque sabia que era hora de fazer mudanças no país. A mais importante foi a reaproximação entre Cuba e os Estados Unidos, depois de meio século de Guerra Fria.
Malcorra aproveitou para dizer que espera que o processo, iniciado pelo presidente norte-americano Barak Obama, continue com seu sucessor, Donald Trump – apesar das objeções de seu Partido Republicano.
* Atualizada às 13h55 para a complementação de informações