Na Irlanda, papa pede perdão pelos abusos sexuais causados por autoridades da Igreja
O papa Francisco esteve na Irlanda, nesse fim de semana, onde participou do Encontro Mundial da Família. Lá, ele pediu perdão pelos casos de abusos sexuais de crianças e adolescentes cometidos por padres irlandeses, em nome da Igreja Católica.
"Considerando a realidade dos mais vulneráveis, não posso deixar de reconhecer o grave escândalo causado na Irlanda, pelos abusos a menores, por parte de membros da Igreja, encarregados de protegê-los e de educá-los", disse o pontífice.
Na prece, o papa pediu à Nossa Senhora que interceda pelos sobreviventes desses abusos e que ajude o clero na reparação de tanta violência.
"O fracasso das autoridades eclesiásticas, os bispos, superiores religiosos, sacerdotes e outros, em afrontar adequadamente esses crimes repugnantes está justamente suscitando indignação e permanece como causa de sofrimento e vergonha para a comunidade católica. Eu mesmo compartilho estes sentimentos".
Ao pedir perdão pelo que classificou como “chaga aberta”, Francisco disse caber à Igreja ser firme e decidida na busca da verdade e da justiça.
A viagem do papa aconteceu exatamente depois de um novo escândalo que atingiu a Igreja Católica com a publicação pela Suprema Corte da Pensilvânia, nos Estados Unidos, de um relatório que documenta 300 supostos casos de "sacerdotes predadores" sexuais, neste estado, e identifica cerca de mil crianças e adolescentes como vítimas desde os anos 1940.
Na Irlanda, dezenas de padres são acusados de molestar menores e a hierarquia católica de encobrir, sistematicamente, as denúncias para evitar o escândalo, no período entre 1975 e 2004.
Esta foi a segunda visita de um papa à Irlanda. A primeira foi a de João Paulo II, em 1979.