Depois que o Conselho de Segurança das Nações Unidas (ONU) aprovou a resolução sobre a crise humanitária e dos reféns na Faixa de Gaza, com foco na proteção de crianças, especialistas acreditam que, na prática, pouca coisa deve mudar.
O analista de Geopolítica Hugo Albuquerque diz não acreditar que Israel cumpra a resolução aprovada.
Para ele, a aprovação mostra um “desgaste e um cansaço” da comunidade internacional em relação às ações de Israel, desde os ataques do Hamas, há mais de um mês. Ele também mencionou que a situação ainda pode piorar, caso Israel amplie os conflitos até o Líbano.
O pesquisador de Política Externa da Universidade Federal do ABC, Bruno da Silva, explicou que a resolução proposta por Malta se limita à questão humanitária, principalmente das crianças, e não trata de impor um fim ao conflito entre Israel e Hamas.
O documento foi aprovado no Conselho de Segurança por 12 dos 15 membros. Estados Unidos, Rússia e Reino Unido se abstiveram. Bruno Silva explica que as abstenções na proposta de Malta indicam “divisões significativas” e mostram a complexidade do assunto.
Durante a votação da proposta, o representante brasileiro no Conselho de Segurança, embaixador Norberto Moretti, citou que o Brasil quer a “implementação da solução de dois Estados como única fórmula para a paz na região”. Isso foi mencionado, na última terça-feira (14), pelo próprio presidente Lula, que defendeu a criação do Estado da Palestina.