Países protestam contra ataque de Israel a bases da ONU no Líbano
Mais dois integrantes da Missão de Paz das Nações Unidas no Líbano ficaram feridos em ataques do exército israelense nesta sexta-feira (11). E aumentou o coro de críticas a Israel por atingir as bases da Organização das Nações Unidas (ONU) que são protegidas pelo direito internacional.
Dois militares do Sri Lanka ficaram feridos com disparos das forças israelenses contra uma torre de observação da principal base da missão da ONU Naqoura, no sul do Líbano. A Força Interina das Nações Unidas no Líbano (Unifil) afirmou, ainda, que militares de Israel violaram o perímetro de uma outra base, que havia sido alvo de disparos de tanque nessa quinta-feira, deixando dois indonésios feridos. Foi o terceiro dia seguido de ataques israelenses contra posições da Força de Paz.
O Exército de Israel disse que está investigando o caso, mas afirmou que horas antes havia orientado os integrantes da Unifil a se abrigarem.
A Itália tem um dos maiores efetivos na missão. O ministro da Defesa italiano, Guido Crossetto, afirmou que as ações de Israel podem constituir um crime de guerra e tratam-se de sérias violações do direito internacional humanitário, não justificadas por nenhuma necessidade militar. Ele também disse que nem as Nações Unidas, nem a Itália, podem receber ordens de evacuação de Israel.
Países como França, Espanha, Rússia e China também condenaram os ataques. O secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, disse tratar-se de uma violação do direito internacional, que os soldados da paz devem ser protegidos por todas as partes do conflito e que o incidente é intolerável e não pode se repetir.
O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, também disse que está pedindo a Israel para não atingir as forças de paz da ONU enquanto realiza operações contra o Hezbollah.
O primeiro-ministro interino do Líbano, Najib Mikati, em um pronunciamento na TV, disse que mirar a missão da ONU é um crime que atinge toda a comunidade internacional. Ele também afirmou que eram todos civis, os 22 mortos e 117 feridos, no bombardeio israelense em Beirute nessa quinta-feira, que está sendo considerado o pior até agora.
Em um vídeo divulgado nessa sexta-feira, supostamente gravado em território libanês no dia anterior, o chefe militar israelense, tenente-general Herzi Halevi, disse que não interromperia sua campanha até garantir o retorno dos moradores do norte de Israel.
Já o oficial de relações com a mídia do Hezbollah, Mohammed Afif, disse que, para o grupo, a guerra está só no começo, que a prioridade é derrotar Israel militarmente, mas que estão abertos a quaisquer esforços para parar a agressão.
*Com informações da agência Reuters