Tio suspeito de estuprar menina de 10 anos é preso
Está detido o tio da menina de 10 anos, suspeito de ter cometido abuso sexual contra ela no interior do Espírito Santo. A informação foi confirmada pela Secretaria de Segurança Pública do Estado.
O homem foi preso pela Polícia Civil de São Mateus (ES), na madrugada desta terça-feira (18), na região metropolitana de Belo Horizonte, e imediatamente levado de volta para o estado de origem.
O governador do Espírito Santo, Renato Casagrande, comentou o caso. Pela conta pessoal no Twitter, ele falou sobre a prisão, e desejou que essa situação "sirva de lição para quem insiste em praticar um crime brutal dessa natureza".
O caso ganhou repercussão depois da imprensa noticiar que a menina estava grávida, e que o principal suspeito do crime era o tio. A gravidez foi descoberta após exames realizados no hospital Roberto Silvares, em São Mateus.
Em conversa com médicos, a menina acabou admitindo que era estuprada pelo tio desde os seis anos de idade, mas que nunca revelou por medo das ameaças feitas por ele.
A criança então ficou sob tutela de um abrigo público e foi submetida a um aborto legal. A interrupção da gestação, autorizada pelo Tribunal de Justiça do Espírito Santo, a pedido do Ministério Público do estado, tem previsão legal, já que é fruto de um estupro.
No entanto, a decisão causou revolta a alguns grupos, que se dirigiram à porta da clínica no dia marcado para o aborto, e de mãos dadas, chamavam de "assassino" o médico Moraes Filho, que realizou o procedimento.
Pelo Facebook, a ministra da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, Damares Alves, lamentou a decisão da justiça em autorizar a interrupção da gravidez.
Dom Fernando Saburido, arcebispo metropolitano de Olinda e Recife, lamentou o aborto e se solidarizou com os grupos de religiosos que protestaram contra o que ele classificou como "vergonhoso e lamentável acontecimento".
A OAB de Pernambuco também se manifestou sobre o caso. Em nota, a instituição disse ter recebido com preocupação as informações das manifestações, e repudiou as ações que não visam preservar a criança vítima de violência e que não a ajudem a superar os traumas físicos e psicológicos decorrentes da violência sexual.
A entidade disse ainda estar solidária à menina, aos representantes legais e aos profissionais de saúde envolvidos no procedimento.