Witzel diz que faltam provas sobre sua participação em irregularidades
O governador afastado do Rio de Janeiro, Wilson Witzel, fez um pronunciamento no final da manhã desta sexta-feira, poucas horas após ser cumprida a decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ), que o retirou do cargo por 180 dias. Diante de jornalistas, na área externa do Palácio Laranjeiras, Witzel afirmou que faltam provas sobre a sua participação em irregularidades.
Ele não economizou críticas à Procuradoria Geral da República que, na sua avaliação, tem "uso político".
Witzel também destacou medidas tomadas para coibir processos de corrupção durante a sua gestão. E assegurou que não há indícios de que tenha tentado atrapalhar investigações, o que justificaria seu afastamento do governo.
Ele detalhou também decisões para corrigir falhas na fiscalização de Organizações Sociais, que administram serviços de saúde e estão no centro das denúncias da Operação Tris in Idem realizada nesta sexta (28),
Wilson Witzel criticou a delação premiada do ex secretário de Saúde Edmar Santos, que teria baseado o cumprimento de mandados e o afastamento dele do governo. Na sua versão, as ações contra ele visam a impedir que indique o novo procurador-geral de Justiça do estado.
Ele se defendeu ainda da acusação de irregularidades nos contratos advocatícios feitos pelo escritório da primeira-dama, Helena Witzel, também alvo de um mandado de busca e apreensão. Witzel disse que vai tomar as medidas jurídicas cabíveis para tentar reverter a decisão, mas que ainda não teve acesso aos autos do processo.
Além do afastamento do governador, a operação realizada nesta sexta-feira teve objetivo de cumprir 17 mandados de prisão e 72 de busca e apreensão. O vice-governador Claudio Castro, também alvo de um mandado de busca e apreensão, vai assumir o governo do estado.
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