RJ: Justiça Militar começa a julgar acusados de matar músico e catador
Após três adiamentos, a Justiça Militar começou a ouvir as testemunhas de defesa dos 12 acusados de matar o músico Evaldo dos Santos e o catador de recicláveis Luciano Macedo.
A Justiça Militar vai analisar o que aconteceu em abril de 2019, quando 62 disparos de fuzil e pistola atravessaram o carro de Evaldo dos Santos, que estava a caminho de um chá de bebê com a família, em Guadalupe, zona norte do Rio.
Luciano Macedo também foi atingido quando tentava socorrer a família do músico. Ele chegou a ser levado para um hospital, mas morreu dias depois.
O caso aconteceu durante uma ação de patrulhamento do exército na área da Vila Militar, na capital fluminense. Os acusados chegaram a ser presos e falaram que realizavam uma perseguição policial e que houve troca de tiros.
Os militares foram denunciados junto à Justiça Militar da União por homicídio qualificado e omissão de socorro, já que não teriam prestado assistência às vítimas.
A viúva de Evaldo dos Santos, Luciana da Costa, passou mal e precisou ser atendida por uma equipe médica. Antes, no momento da entrada dos acusados no tribunal, ela disse esperar que a justiça seja feita.
Durante as alegações, a promotoria criticou a versão dos militares de que eles teriam agido em autodefesa. O Ministério Público Militar pediu a absolvição de quatro agentes que estavam na operação que terminou em tragédia, mas não atiraram, e a condenação de oito pelas mortes de Evaldo, Luciano e a tentativa de homicídio do sogro do músico, que também foi baleado, mas sobreviveu.