A justiça começou a ouvir as testemunhas no processo de julgamento do ex-vereador Jairinho e de Monique Medeiros no caso Henry Borel. Os dois são réus por tortura e morte do menino de quatro anos, em março do ano passado.
Um dos que prestou depoimento foi o médico legista que assinou o laudo de necrópsia e atestou que Henry sofreu hemorragia interna e ferimentos por objeto cortante no fígado. As testemunhas foram convocadas pela defesa de Jairinho.
A audiência de instrução e julgamento teve ânimos exaltados e bate-boca entre advogados e episódios de tensão entre o advogado de Jairinho, Cláudio Dalledone, e a juíza que presidiu a sessão, Elisabeth Louro, quando ela perguntou ao perito médico se havia probabilidade de Henry ter batido a cabeça três vezes no chão, e o perito respondeu que era extremamente improvável.
A mãe de Henry, a professora Monique Medeiros, foi dispensada da sessão. Ela cumpre prisão domiciliar, com uso de tornozeleira eletrônica. O ex-vereador Jairinho segue preso em Bangu e acompanhou a sessão por videoconferência.
Antes do início da audiência, Leniel Borel, pai de Heny Borel, conversou com jornalistas sobre o julgamento. Ele avaliou que o menino poderia ter sido salvo se os responsáveis pelo crime tivessem falado a verdade sobre o estado de saúde do garoto.
O ex-vereador será interrogado no próximo dia 13. Jairinho teve o mandato cassado há quase um ano. Foi o primeiro registro de cassação do mandato de um vereador na história da cidade do Rio.
Os réus foram denunciados por homicídio triplamente qualificado, tortura, coação de testemunha, fraude processual e falsidade ideológica. Henry Borel Medeiros, filho de Monique e enteado de Jairinho, morreu no dia 8 de março do ano passado.