O governador afastado do Distrito Federal, Ibaneis Rocha, prestou depoimento nesta sexta-feira à Polícia Federal, em Brasilia. Ele argumentou que foi uma surpresa a ausência de efetivos policiais em número suficiente para conter os ataques às sedes dos Três Poderes da República e que pior foi ver que alguns policiais confraternizavam com os golpistas.
Ele ainda negou que teve alguma conivência com o vandalismo do último domingo. Essas informações foram divulgadas pela defesa de Ibaneis.
Os advogados ainda afirmaram que o governador afastado espera que todo o ocorrido seja apurado e que as responsabilidades fiquem demonstradas.
Ibaneis agora responde a um inquérito no Supremo Tribunal Federal aberto pelo ministro Alexandre de Moraes a pedido da Procuradoria-Geral da República. Quem assinou o pedido foi vice-procuradora-geral, Lindôra Maria Araújo.
O inquérito que vai investigar Ibaneis é um desmembramento da investigação dos atos antidemocráticos que já tramita no Supremo.
Além do governador afastado, a investigação vai apurar as condutas do ex-secretário de segurança, Anderson Torres, que já teve a prisão decretada, o ex-comandante da PM, Flávio Augusto Vieira, que já está preso, além de Fernando de Souza, que era o secretário em exercício uma vez que Torres estava de férias nos Estados Unidos.
Segundo Moraes, alguns fatos revelam omissão e conivência das autoridades citadas, como ausência de policiamento, a autorização para que mais de 100 ônibus entrassem em Brasília mesmo sendo fato notório que praticariam atos violentos, além da inércia para o encerramento do acampamento golpista em frente ao Exército.