14 trabalhadores baianos relataram ao Ministério Público do Trabalho da Bahia os casos de maus-tratos e violência sofridos no Rio Grande do Sul. Eles trabalhavam nas mesmas fazendas produtoras de uvas em que 200 pessoas foram resgatadas na semana passada, mas fugiram antes da operação de resgate.
Atraído pela promessa de vaga de emprego, que prometia alojamento e alimentação de graça, o senhor Claudionor Fagundes, de 60 anos, chegou a Bento Gonçalves em outubro do ano passado, e depois de viver os piores tipos de exploração, ele conseguiu escapar em dezembro, usando nome falso, e com a ajuda da esposa.
O advogado dos 14 trabalhadores, Daniel Cruz Junior, conta que eles precisavam driblar a segurança armada e tinham que permanecer escondidos porque seriam procurados.
Segundo Daniel, as pessoas sofriam agressões verbais e físicas. Um dos trabalhadores chegou a ter unha arrancada.
O advogado afirma que o grupo tem vídeos, fotos e documentos que comprovam as ações e está formalizando uma denúncia ao Ministério Público do Trabalho.
O objetivo da defesa é conseguir o reconhecimento da situação semelhante à de escravo e incluir os 14 homens na negociação com as empresas envolvidas no caso para o pagamento de direitos e indenizações.