Depois de quatro anos com poucos avanços divulgados publicamente, finalmente o caso Marielle Franco teve um desdobramento importante.
Nesta segunda-feira (24), o ex-bombeiro militar Maxwell Simões foi preso acusado de ter participado do planejamento do crime, mas a prisão de Maxwell só foi possível graças a um passo ainda mais crucial dado pela investigação: a delação premiada do ex-policial militar Élcio de Queiróz, um dos réus pelo assassinato que confessou ter dirigido o carro que emboscou a vereadora na noite do dia 14 de março de 2018.
O motorista de Marielle, Anderson Gomes, também morreu atingido pelos tiros. Élcio está preso desde 2019 e aguarda julgamento, assim como Ronnie Lessa, policial militar reformado, acusado de ter executado o crime. O promotor do Ministério Público do Rio de Janeiro, Eduardo Martins, enfatizou a importância do depoimento.
No depoimento, Queiróz explica, por exemplo, que é amigo de Lessa há muitos anos e passou por dificuldades financeiras após ser expulso da Polícia Militar, recebendo ajuda do amigo, o que gerou uma dívida de gratidão. Por isso, passou a fazer alguns serviços para Lessa, envolvido com crimes como a exploração de máquinas caça-níqueis e de TV por assinatura clandestina.
Ele também relatou a primeira vez em que viu o Cobalt prata. Carro usado na emboscada por volta de setembro de 2017. O veículo já seria utilizado por Lessa para realização de atividades ilícitas. Ainda de acordo com Queiroz, a movimentação de Marielle começou a ser monitorada ainda em 2017 pelo próprio Lessa e por Maxwell. Além do ex-sargento da PM, Edmilson Oliveira da Silva, que foi executado em 2021.
O objetivo era encontrar uma janela de oportunidade para que o crime fosse cometido. A arma utilizada, uma submetralhadora, teria sido extraviada do batalhão de operações especiais, o BOPE, depois de um incêndio.
Queiroz também detalhou a dinâmica do crime. Disse que foi chamado por Ronnie por meio de um aplicativo de mensagens e conduziu o veículo até a Casa das Pretas, onde Marielle participava de uma roda de conversa e observaram a movimentação da vereadora.
O ex- PM narrou que ao chegar ao local Ronnie colocou uma touca ninja e um casaco preto sem luvas. Quando Marielle deixou o local, os dois começaram a seguir o carro onde ela viajava na companhia do motorista Anderson Gomes e da assessora Fernanda Chaves.
Queiróz também informou que, depois do crime, eles seguiram até a casa da mãe de Lessa no Méier, na Zona Norte do Rio de Janeiro, de onde pediram um táxi até a Barra da Tijuca.
Ainda segundo o ex-PM, Ronnie teria dito que a arma foi cerrada e jogada de uma embarcação na Barra da Tijuca, na Zona Oeste.
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