A Operação Sangria, deflagrada pela Polícia Federal nesta terça-feira (30), apura possíveis irregularidades em contratos firmados pela Secretaria de Saúde do Amazonas (Susam), em caráter emergencial e por dispensa de licitação.
Apurações apontam que a Susam teria pago R$ 2.9 milhões a uma loja de vinhos por 28 ventiladores pulmonares destinados ao tratamento de infectados pelo novo coronavírus.
Segundo os auditores, as aquisições foram feitas com valores muito acima aos de mercado, o que pode indicar superfaturamento e direcionamento à empresa contratada.
As investigações também apontam que a loja de vinhos teria sido escolhida com o pretexto de ser uma importadora; mas, em vez de importar os equipamentos, teria comprado no mercado local, acrescentando 20% sobre o preço para revender ao governo do estado.
Outro problema apontado foi em relação aos aparelhos, que são considerados inadequados pelo Conselho Regional de Medicina do Amazonas para o tratamento da Covid-19.
A operação desta terça-feira cumpre 20 mandados de busca e apreensão e oito de prisão temporária nas cidades de Manaus e de São José dos Campos, em São Paulo.
Colaboram nas investigações a Controladoria-Geral da União, o Ministério Público Federal e a Receita Federal.
Em nota, o Governo do Amazonas informou que aguarda informações mais detalhadas da operação para, então, se pronunciar; e informa, ainda, que o governador Wilson Lima, que estava em Brasília para cumprir agenda de trabalho, está retornando a Manaus.