A água é o recurso natural mais importante que existe. E o Brasil é privilegiado nesse sentido: o nosso território abriga 12% das reservas de água doce de todo o mundo. Além disso, a força dos rios que cortam o país alimentam centenas de usinas hidrelétricas — que respondem por mais da metade da energia elétrica consumida pelos brasileiros.
Por isso, proteger as águas presentes no subsolo, nas superfícies e na atmosfera é uma responsabilidade fundamental da sociedade brasileira. Quem afirma é Henrique Veiga, coordenador de Conservação de Água e Solo da ANA, a Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico.
Se o Brasil é um país privilegiado em reservas de água doce, isso não significa que a escassez não seja uma ameaça real. No ano passado, a falta de chuvas nas regiões Sudeste e Centro-Oeste causou uma crise hídrica — que afetou profundamente a produção agrícola e o desempenho das usinas hidrelétricas.
Em fevereiro, o último relatório do Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas apontou que eventos climáticos extremos, como secas prolongadas, vão ser cada vez mais frequentes e intensas por causa do aquecimento global. Por isso, Henrique Veiga ressalta que o uso sustentável da água passa, também, pelo equilíbrio do ciclo das chuvas no país.
A Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico estima que cerca de 93 trilhões de litros de água são captados todos os anos para atender ao uso humano. Quase metade desse volume é destinado à irrigação agrícola. O uso urbano da água consome 24% da água captada no país, enquanto o setor industrial utiliza quase 10% desse recurso.