Pesquisadores brasileiros avançam no estudo para identificar presença de mercúrio em organismos contaminados na região Amazônica. No ser humano, o metal pesado utilizado no garimpo pode provocar problemas neurológicos, fraqueza muscular e até levar à morte.
Na última década, um grupo coordenado pelo pesquisador Pedro Padilha, do Instituto de Biociências da Unesp, tem estudado uma técnica chamada "metaloproteômica". O nome é difícil, mas por meio dela é possível observar a relação dos metais, como ferro, cobre, chumbo e mercúrio, com as grandes moléculas, como as proteínas ou as enzimas.
Segundo Padilha, a identificação desses marcadores biológicos, que reagem à presença do metal, vai permitir ações preventivas, diminuição de doenças e dos gastos com a saúde.
De acordo com Pedro Padilha, os pesquisadores têm até 2025 para apresentar os resultados finais.
A presença do mercúrio nos peixes está relacionada não só ao garimpo, mas também à construção de usinas hidrelétricas que podem movimentar o mercúrio antigo já depositado no fundo de rios, como o Rio Madeira. Segundo Padilha, mesmo o Rio Negro, menos impactado diretamente, também já apresenta altas concentrações de mercúrio.
Pesquisas mostram que um quinto dos peixes consumidos nos centros urbanos da Amazônia apresentam no tecido muscular níveis de mercúrio acima do limite recomendado pelas Nações Unidas e pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária.