Situação cada vez mais preocupante para os próximos meses.
A Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA) declarou Situação de Escassez nos rios Madeira e Purus, no Amazonas, assim como em seus afluentes, que também passam pelo Acre e Rondônia. A decisão da diretoria da Agência foi divulgada nessa segunda (29) e é válida até o final novembro.
O objetivo é alertar gestores estaduais e municipais, intensificar o monitoramento das bacias, e propor medidas para diminuir os impactos da escassez hídrica.
O período chuvoso, de novembro a abril, teve chuvas abaixo da média. E a tendência é essa situação se agravar agora no período seco.
Para se ter uma ideia, 10% das cargas transportadas pelos rios do país passam pelo Madeira. Além de abastecer 460 mil moradores da capital de Rondônia, Porto Velho, o rio Madeira tem duas usinas hidrelétricas: Jirau e Santo Antônio. Elas correspondem a 6% da potência do Sistema Interligado Nacional, mas estão operando no "fio d'água", ou seja, a quantidade de água que chega é praticamente igual à água que sai do reservatório.
O problema climático da escassez não é só do Brasil. O rio Madeira tem mais de 1,4 milhão de quilômetros quadrados de área total de drenagem, quase a metade fica no país. O restante da bacia fica no Peru e Bolívia.
De acordo com o último Boletim de Alerta Hidrológico da Bacia do Amazonas, divulgado na semana passada, os rios Negro, Solimões e Amazonas também já apresentam níveis abaixo do normal para essa época do ano.
Os cenários previstos pela Agência de Águas e pelo Sistema de Alerta Hidrológico indicam a possibilidade de chegarmos a níveis críticos parecidos, ou até piores, que os do ano passado.