A CPI da Petrobras da Câmara dos Deputados recebeu, nesta terça-feira, Glauco Legatti, ex-gerente da Refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco. Ele negou as acusações de que teria recebido propina ou de que a refinaria teria sido superfaturada.
O empresário Shinko Nakandakari – acusado pela Polícia de ser o operador do esquema de corrução da Galvão Engenharia – afirmou, em delação premiada, que Legatti teria recebido 400 mil reais em propina.
Apesar de afirmar que é amigo pessoal do engenheiro Shinko, o ex-gerente disse que nunca teve relação de negócios com ele e acredita que o amigo precisava prestar contas e acabou dizendo que deu o dinheiro para ele.
Glauco Legatti ainda negou que tenha existido superfaturamento na construção da refinaria. Ela custou 18 bilhões de dólares, mas o orçamento inicial era de dois bilhões e meio.
Legatti explicou que esse valor era referente a primeira fase de construção da Refinaria e quando começou o maior número dos contratos o orçamento já era de mais de 13 bilhões. Portando, esse valor inicial de 2 bilhões e meio, segundo o ex-gerente, não condiz com o início das obras, mas o início do planejamento.
E disse que o aumento de 13 bilhões para 18 bilhões foi devido a oscilação do dólar, às imprevisibilidades e aos juros do financiamento, que não estavam previstos.
A explicação não convenceu alguns deputados. O presidente substituto da sessão, deputado Imbassahy, do PSDB, disse que a diferença nos valores ainda é grande.
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O relator da CPI, deputado Luiz Sérgio, do PT, avaliou que é preciso convocar o engenheiro Shinko Nakandakari ou colocá-los frente a frente para saber quem está mentindo.
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No início da Comissão, o relator anunciou que o depoimento do tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, seria dia 23 de abril. No final da sessão, o presidente Imbassahy antecipou a convocação do tesoureiro do PT para o dia 9 de abril.
