O Tribunal Superior Eleitoral divulgou nessa segunda-feira o balanço das prestações de contas da eleição municipal de 2016. Este foi a primeiro pleito desde a proibição de doação empresarial para candidatos e partidos. Foi permitido apenas a doação de pessoas física.
Dos cerca de 965 mil CPFs inscritos que doaram para campanhas neste ano, mais de 403 mil doadores estão com indícios de irregularidades, o que corresponde a cerca de 41% do total.
Segundo o TSE, o maior volume de doação com suspeitas de irregularidade foi de pessoas em que a renda conhecida é incompatível com o valor doado. Cerca de 16% do total. Também teve mais de 141 mil CPFs de pessoas desempregadas que doaram para campanhas de prefeitos ou vereadores.
O TSE cruzou dados com a Receita Federal para chegar nesses números. O secretário da Receita Federal, Jorge Rachid, comentou alguns casos de doação de pessoas ligadas ou sócios de empresas que recebem recursos da administração pública, o que é proibido.
Também teve casos de doadores beneficiários do bolsa família, e doadores com certidão de óbito.
O presidente do TSE, ministro Gilmar Mendes, comentou ainda sobre o julgamento do processo que pede a cassação da chapa de Dilma Rousseff e Michel Temer em 2014. Para o ministro, as delações da Odebrecht podem atrasar o resultado da ação que corre no tribunal.
No balanço final do TSE, foi registrado um total de mais de R$ 3,3 bilhões em doações de campanha em 2016, número bem inferior aos R$ 6 bilhões gastos em 2012. A diferença é justificada pelo TSE por causa da redução do tempo de campanha neste ano e também a proibição das doações empresariais para partidos e candidatos.