A crise política marcou o ano de 2016. E a instabilidade foi sentida não só no campo político, mas também econômico e social. Neste período, assistimos a trocas de vários ministros, tanto no governo da ex-presidente Dilma Rousseff quanto na gestão de Michel Temer, o que agravou ainda mais as incertezas.
Dilma, em meio ao andamento do processo de impeachment no Congresso Nacional, deu posse ao ex-presidente Lula como ministro da Casa Civil.
Sonora: “As circunstâncias atuais me dão a magnífica chance de trazer para o governo o maior líder politico desse país.”
Mas a nomeação durou pouco. Um dia após a posse, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes suspendeu a nomeação. Na decisão, o ministro entendeu que haveria suposta intenção de retirar investigações sobre Lula, na Lava Jato, da competência do juiz Sergio Moro e transferir ao STF. Mas a defesa de Lula afirmou à época que Lula não era réu em nenhuma ação penal, nem havia sido condenado pela Justiça.
Após o impeachment, assistimos à nomeação de novos nomes para o primeiro escalão do governo. Michel Temer escolheu ministros de partidos, como o PSDB, DEM, PSD, PP e PV, para fortalecer a base aliada.
Mas, em 12 dias, Romero Jucá, então ministro do Planejamento, se afastou do cargo após vazamentos, pelo jornal Folha de S.Paulo, de conversas onde ele teria sugerido um pacto para barrar a Lava Jato. Em resposta à imprensa, Jucá justificou.
Sonora: “O diálogo foi feito de uma forma extensa. O que vemos no jornal Folha de S.Paulo são frase soltas dentro de um diálogo que ocorreu. Portanto, é importante registrar o contexto.”
Outros ministros seguiram o mesmo caminho de Jucá. Em seis meses do governo Temer, foram seis auxiliares a menos. Fabiano silveira deixou o ministério da Transparência, Henrique Alves deixou a pasta do Turismo, Fábio Medina Osório foi retirado do cargo de advogado-geral da União, Marcelo Calero deixou a Cultura e Geddel Vieira Lima saiu da Secretaria de Governo.
Os dois últimos causaram constrangimento ao governo. Calero deixou o Ministério da Cultura afirmando que sofreu pressão por parte de Geddel para liberar um empreendimento de luxo em Salvador embargado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). Geddel comprou um apartamento no local, mas negou que tenha feito pressão. Após divulgações, pela imprensa, de que Temer conversou com Calero, o presidente explicou.
Sonora: “Eu estava arbitrando conflitos. É o que eu mais faço agora na Presidência da República. Ao longo da minha vida, o que eu mais fiz na vida foi arbitrar conflitos. Agora que cheguei à Presidência, de igual maneira, o que eu tinha de fazer era abitrar conflitos.”
Os demais ministros foram substituídos, mas o cargo na Secretaria de Governo ainda está vago. Temer estuda agora um novo nome para assumir o lugar de Geddel. A pasta se decida à articulação política do governo. E o novo titular deve ter um bom diálogo com parlamentes.