A defesa do ex-presidente Lula entrou com recurso no Tribunal Regional Federal em Brasília para anular a decisão que apreendeu o passaporte do líder petista.
Os advogados de Lula pedem que o TRF1 reconheça que houve, segundo a defesa, ilegalidade na decisão dessa quinta-feira, que determinou a apreensão do passaporte de Lula e o proibiu de deixar o país.
A defesa argumenta que a viagem de Lula à Etiópia para participar de evento com líderes mundiais, já tinha retorno marcado, e havia sido comunicada ao TRF4 antes do julgamento - e que o tribunal não se opôs.
Ainda de acordo com os advogados, a viagem também havia sido informada à Presidência da República, que autorizou servidores federais a acompanharem Lula para o evento.
Nesta sexta-feira, a defesa de Lula entregou, sob protesto, o passaporte do ex-presidente à Polícia Federal, em São Paulo.
Ele iria participar neste sábado de um evento na Etiópia, país-sede da União Africana. Lula foi convidado pela FAO, a organização das nações unidas para alimentação e a agricultura, para participar de encontro que discutiria o combate à fome no continente Africano.
O confisco do passaporte do ex-presidente foi solicitado pelo Ministério Público Federal, que entendeu que a viagem pode trazer riscos às investigações, com uma possível fuga do país.
O porta-voz da entidade da ONU, Henrique Yeves, lamentou nas redes sociais que Lula não possa participar do encontro da União Africana na Etiópia.
A medida cautelar foi tomada no âmbito da Operação Zelotes, onde Lula responde por suposto crime de tráfico de influência na compra de caças da Suécia pelo governo brasileiro.