Anistia Internacional cobra de autoridades e políticos garantia de eleições sem violência
A Anistia Internacional divulgou um comunicado demonstrando preocupação com o aumento de episódios de violência durante o período eleitoral em todo o Brasil. A instituição cobra uma atuação rápida das autoridades e uma investigação que considere a possibilidade dos casos serem crimes de ódio, motivadas por discriminação racial, de gênero, de orientação sexual e identidade de gênero ou ainda por razões de opinião politica.
O comunicado traz como exemplo o assassinato do Mestre de capoeira Moa do Catendê, na Bahia, logo após o primeiro turno. O mestre foi morto a facadas depois uma discussão sobre as eleições na qual declarou apoio ao candidato Fernando Haddad.
A Anistia destaca que as primeiras informações sobre o caso indicam que o assassinato teve motivação política.E que além deste crime, houve várias outras situações de agressões relatadas na imprensa ou pelas redes sociais.
O comunicado alerta ainda para o fato de que diferentes candidatos a cargos públicos nestas eleições emitiram declarações que fomentam um contexto de intolerância, e que em alguns casos podem ser inclusive ser categorizados como de discurso de ódio.
E lembra que o Brasil, como estado parte do Pacto Internacional dos Direitos Civis e Políticos e da Convenção Americana sobre Direitos Humanos, tem a obrigação de implementar as medidas necessárias para combater toda forma de discriminação, inclusive por motivo de opinião política.
O texto encerra conclamando também as autoridades públicas, os partidos e os candidatos a condenar publicamente a incitação ao ódio, à discriminação e à violência, e mandar uma mensagem clara de que os crimes dirigidos contra pessoas por motivos discriminatórios não podem ser tolerados.