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Política

Justiça transforma para preventiva prisão de investigados na Operação Furna da Onça

Furna da Onça
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Ícaro Matos
13/11/2018 - 10:03
Rio de Janeiro

A Justiça Federal no Rio de Janeiro transformou a prisão de 15 dos 22 investigados na Operação Furna da Onça de temporária para preventiva, que é aquela que não tem prazo determinado para acabar.

 

A decisão foi tomada na noite dessa segunda-feira (12) e atendeu a pedido do Ministério Público Federal. O órgão alegou a necessidade de garantir a aplicação da lei penal e a preservação da ordem pública, tendo em vista a gravidade dos crimes praticados e as tentativas de destruição de provas.

 

Os procuradores destacaram ainda que há indícios de que alguns investigados tiveram acesso a informações sobre a operação antes de a ação ser deflagrada.

 

Além disso, segundo o MPF, a volta dos investigados aos cargos de deputados estaduais ou outras funções públicas representaria risco para a coleta de provas e também a possibilidade de eles continuarem praticando os crimes de corrupção, lavagem de dinheiro e organização criminosa.

 

O decreto alcançou 9 dos 10 deputados estaduais do Rio que foram alvos da ação. Tiveram a prisão temporária transformada em preventiva os deputados estaduais André Correa (DEM); Chiquinho da Mangueira (PSC); Coronel Jairo (MDB); Luiz Martins (PDT); Marcos Abrahão (Avante); e Marcus Vinícius “Neskau” (PTB).

 

Já Jorge Picciani, Paulo Melo e Edson Albertassi, todos do MDB, que já estavam presos preventivamente, tiveram nova preventiva decretada.

 

O Ministério Público Federal também tinha solicitado a decretação da prisão preventiva do deputado Marcelo Simão (PP), mas o pedido não foi aceito e ele terá a prisão substituída por medidas alternativas.

 

As defesas dos acusados não foram localizadas para se manifestarem sobre a decisão.

 

Deflagrada na última quinta-feira (8), a Operação Furna da Onça é um desdobramento da Lava Jato que revelou a existência de um esquema de compra e venda de votos na Assembleia Legislativa do Rio (Alerj).

 

De acordo com o Ministério Público Federal, parlamentares recebiam propina para atuar de acordo com os interesses do grupo chefiado pelo ex-governador do Rio Sérgio Cabral, em votações na Alerj.

 

Outra forma de comprar o apoio dos deputados era através do loteamento de cargos em diversos órgãos públicos do estado, principalmente no Detran, onde os parlamentares poderiam indicar funcionários comissionados ou mesmo terceirizados.

 

Ainda segundo o Ministério Público, o esquema movimentou pelo menos R$ 54 milhões e o dinheiro da propina vinha do sobrepreço de contratos para obras no Rio, com recursos estaduais e federais.

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