A Polícia Federal (PF), em conjunto com a Receita Federal, realizou uma megaoperação nesta sexta-feira (9).
Chamada de Capitu, a operação cumpriu 56 mandados de busca e apreensão e 19 de prisão temporária em 14 diferentes cidades, entre elas Belo Horizonte, São Paulo, João Pessoa e Rio de Janeiro.
Entre os presos, está o atual vice-governador de Minas Gerais, Antônio Andrade, do MDB, o empresário Joesley Batista, da JBS, e o executivo Ricardo Saud, da J&F, empresa que controla a JBS.
O advogado de Joesley confirmou a prisão, que chama de absurda pelo fato de o cliente ter colaborado com as investigações.
A Ação apura um suposto esquema ilegal de financiamento de campanha e corrupção de agentes públicos, envolvendo deputados da Câmara Federal e dirigentes do Ministério da Agricultura.
As investigações partiram da delação do doleiro Lúcio Funaro.
Diretores de duas grandes redes varejistas de Minas Gerais também teriam participado dos pagamentos, ocorridos entre 2014 e 2015.
Na época, o atual vice-governador de Minas, Antônio Andrade, era ministro da Agricultura.
Segundo a Polícia Federal teria havido, ainda, financiamento ilegal de R$ 30 milhões para a campanha de um deputado à Presidência da Câmara.
Participaram da operação 310 policiais federais e mais de 100 auditores fiscais e analistas tributários da Receita.
Os investigadores estimam que a propina paga a agentes públicos e políticos chegue a R$ 22 milhões.
Os crimes vão de corrupção ativa e passiva, e lavagem de dinheiro, até obstrução de Justiça e participação em organização criminosa.
Segundo a Polícia Federal, os executivos da JBS e da J&F, que inicialmente colaboraram com as investigações, teriam praticados atos de obstrução de Justiça.
Daí o nome de Operação Capitu, que faz alusão a uma suposta traição da personagem do livro Dom Casmurro, de Machado de Assis.