A procuradora-geral da República, Raquel Dodge, denunciou nessa quarta-feira o deputado federal Lúcio Vieira Lima e o irmão dele e ex-ministro Geddel Vieira Lima. Os dois são do MDB da Bahia.
Para a PGR, eles cometeram crime de peculato. É quando um agente público desvia recursos também públicos. No caso, eles teriam se apropriado de até 80% dos salários de secretários parlamentares.
Outras seis pessoas foram denunciadas. Afrísio de Souza Vieira Lima Filho, que é irmão de Lúcio e Geddel, e diretor Legislativo na Câmara dos Deputados, onde trabalha há 21 anos. A mãe deles, Marluce Vieira Lima.
O secretário Valério Sampaio Sousa Júnior, que disse prestar serviços para Geddel há mais de 20 anos. E os secretários parlamentares Cláudia Ribeiro Santana, Milene Pena Miranda Santana e Paulo Cezar Batista de Melo e Silva.
Os indícios de crime foram encontrados no inquérito que investiga aquelas malas de dinheiro encontradas pela Polícia Federal, em setembro de 2017, em um apartamento da família em Salvador. Eram 51 milhões de reais. Ainda no ano passado, os irmãos foram denunciados por lavagem de dinheiro e associação criminosa.
Na época, o Ministério Público Federal apresentou como origem dos valores práticas criminosas como corrupção e peculato.
As investigações revelaram a existência de “funcionários fantasmas” no gabinete de Lúcio Vieira Lima e a relação criminosa estabelecida a partir de indicações para cargos comissionados.
Os secretários parlamentares, na verdade, seriam empregados domésticos da família Vieira Lima. Alguns deles não davam expediente em Brasília, somente na Bahia.
Para a PGR, o prejuízo que Geddel, Lúcio Vieira Lima e os outros seis denunciados causaram aos cofres públicos passa de 5 milhões de reais.
Eles ainda não comentaram a denúncia.
