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Política

Palocci diz que Lula negociou propina na compra de submarinos franceses; Jobim nega ilegalidade

Investigação
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Victor Ribeiro
19/03/2019 - 08:24
Brasília

Dois ex-ministros do governo de Luiz Inácio Lula da Silva entraram em contradição ao prestarem depoimento nessa segunda-feira (18). Eles foram ouvidos pelo juiz federal Vallisney Oliveira, da 10ª Vara no Distrito Federal, na ação penal que investiga se ocorreu tráfico de influência na publicação de duas medidas provisórias.


O ex-ministro da Fazenda Antonio Palocci acusou o ex-presidente de receber propinas ao comprar helicópteros e submarinos franceses.


De acordo com Antonio Palocci, o suposto pagamento de propina teria sido acertado em uma reunião de Lula com o então presidente da França, Nicolas Sarkozy, em 2009, sem testemunhas. O ex-ministro disse que não participou do encontro e que não teve acesso a qualquer documento que formalizasse aquisição das aeronaves francesas.


Já o ex-ministro da Defesa Nelson Jobim contradisse Palocci ao afirmar que não ocorreu qualquer ilegalidade e que outras autoridades participaram da negociação. Jobim acrescentou que o ex-presidente Lula preferiu não se envolver na negociação dos caças e que foi ele, Nelson Jobim, o responsável pelas tratativas.

 

Quatro anos depois da suposta negociação com a França, a ex-presidenta Dilma Rousseff cancelou a compra de caças franceses e anunciou a aquisição do modelo sueco Gripen.


A defesa de Lula se manifestou por meio de nota. Afirmou que, apesar de a investigação se referir a medidas provisórias, o depoimento de Palocci, que durou pouco mais de uma hora, foi focado na aquisição dos caças. Os advogados acrescentaram que o depoimento do ex-ministro contradiz as provas já apresentadas pelo Ministério Público Federal.

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