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Política

Porta-voz da Presidência diz que Bolsonaro não pretende deixar o PSL

Descontente
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Sayonara Moreno
09/10/2019 - 20:52
Brasília

Apesar da insatisfação com o próprio partido, o presidente Jair Bolsonaro não tem a intenção de deixar o PSL, Partido Social Liberal. O descontentamento foi relatado nesta quarta-feira pelos advogados do presidente.

 

Segundo o porta-voz da presidência da república, Otávio Rêgo Barros, Bolsonaro só deixa a legenda em caso de decisão unilateral.

 

“Ele destacou que não pretende deixar o PSL de livre e espontânea vontade. Qualquer decisão desse partido seria unilateral. O presidente reiterou que uma de suas premissas – e ele o fez de forma enfática – é a firmeza na defesa das bandeiras de campanha que o trouxeram ao Planalto, assim como vários congressistas. Destacou ainda que ‘o PSL deve ser um diferencial na política’”.

 

O porta-voz foi questionado por jornalistas, no Palácio do Planalto, nesta quarta-feira, depois que a advogada eleitoral de Bolsonaro, Karina Kufa, citou um desgaste na relação do presidente com os dirigentes nacionais do PSL.

 

“Foi muito difícil entrar em um acordo, quando o partido não está disposto a abrir simplesmente uma votação democrática, seja para alteração de estatuto, seja para eleição dos dirigentes. Então ficou insustentável em razão desses motivos internos que acontecem em alguns partidos, mas que não dá para o presidente levar um encargo tão grande de um partido que acaba não permitindo que haja uma pluralidade”.

 

Ao lado de Karina Kufa, o advogado Admar Gonzaga, ex-ministro do Tribunal Superior Eleitoral, relatou o desconforto de Bolsonaro dentro do partido.

 

“A única coisa que ele tem em mente é a transparência do ambiente onde ele está convivendo. Como isso não foi permitido no ambiente em que ele se encontra, ele, como tem a bandeira da nova política, da transparência com o dinheiro público, não está confortável. Ele e vários parlamentares”.

 

Sobre a decisão do TCU, Tribunal de Contas da União, de manter a suspensão das propagandas publicitárias em favor do pacote anticrime, que tramita no Congresso, o porta-voz disse que o governo federal não definiu o que fazer, mas que o Presidente pretende respeitar a decisão do tribunal.

 

Nesta terça, o ministro do TCU, Vital do Rêgo, determinou a suspensão das propagandas, alegando “possível direcionamento de verbas publicitárias em decorrência de interesses pessoais e ideológicos do governo”. A decisão foi mantida em plenário, nesta quarta.

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