CPI dos Incêndios no RJ aprova relatório e recomenda 19 indiciamentos
Os deputados da Assembleia Legislativa que compõem a CPI responsável por investigar vários incêndios ocorridos no Rio de Janeiro em 2019 aprovaram, por unanimidade, o relatório final da comissão. Com cerca de 500 páginas, o documento recomenda o indiciamento de 19 pessoas apontadas por envolvimento em três incêndios de grandes proporções que atingiram a capital fluminense.
Entre eles o do Ninho do Urubu, que causou a morte de 10 atletas da categoria de base do Flamengo no dia 8 de fevereiro daquele ano. Nesse caso específico, foi pedido o indiciamento de nove pessoas por homicídio culposo.
A CPI da Alerj também investigou o incêndio no Hospital Badim, que provocou direta ou indiretamente a morte de 22 pessoas em setembro de 2019. E outro ocorrido um mês depois, em uma whisqueria no Centro do Rio. Três bombeiros morreram no combate às chamas e outros dois alguns dias depois do incidente.
O presidente da comissão, deputado Alexandre Knoploch, do PSL, contou um pouco do trabalho desenvolvido, que, além de vistorias, ouviu mais de 80 pessoas, entre autoridades, especialistas e parentes das vítimas.
As vistorias revelaram inúmeras irregularidades. O Hospital Badim, localizado no bairro da Tijuca, na zona norte do Rio, mantinha no subsolo um gerador de energia movido a combustível líquido, que não cumpria os requisitos de segurança.
Já no caso do centro de treinamento do Flamengo, o documento aponta entre as principais causas do incêndio problemas na manutenção do ar condicionado, falta de saída de emergência e o uso incompatível de contêineres como dormitórios.
Para o deputado estadual, a conclusão da CPI deixa um recado importante: a necessidade de as instituições observarem as regras e exigências previstas no código de segurança do Corpo de Bombeiros.
O relatório ainda precisa passar pelo plenário da Alerj para avançar, o que deve acontecer na próxima semana. Se aprovado por maioria simples, o documento é, então, encaminhado ao Ministério Público.