Sites de estados do Nordeste são invadidos com mensagens de ódio
Sites de governos do Nordeste foram derrubados por hackers nesta segunda-feira. Foram publicadas mensagens de ódio e xenofobia por motivações políticas. As ações aconteceram nas páginas de órgãos ligados aos governos de Alagoas e Ceará. As páginas ficaram fora do ar durante algumas horas.
Quem acessava a página principal do governo do Ceará encontrava apenas um banner com mensagem xenofóbica e contendo palavras de ódio pedindo “anulação de votos de todo o povo do Nordeste”, que “votos nordestinos não contam”, além de intervenção militar. O governo do Ceará informou que os sites já estão funcionando nesta terça-feira (13). Acrescentou que nenhum conteúdo foi afetado e que o caso foi denunciado à Polícia Civil, que investiga a invasão.
Já em Alagoas, páginas das Polícias Civil e Militar, além das Secretarias da Fazenda e também da Saúde, ficaram sem acesso durante várias horas dessa segunda. Na página da Fazenda, os próprios invasores deixaram a mensagem avisando que nenhum dado hospedado no portal seria perdido e apenas a home, página inicial, havia sido alterada.
Em nota, o governo alagoano, por meio da Fundação de Amparo a Pesquisa do Estado, declarou que o hackeamento atingiu sites governamentais de outros estados, que estiveram fora do ar simultaneamente. E que apenas os direcionamentos dos endereços dos sites foram mudados e que dados, serviços e conectividade já se encontram restaurados.
O advogado especialista em direito digital Dyego de Moraes esclarece que somente a partir do resultado das investigações é que será possível tipificar os crimes. Já que ainda será apontado se houve acesso aos dados, ou apenas uma derrubada das páginas e sobreposição de mensagens temporárias.
O especialista destaca possíveis enquadramentos a partir do resultado das investigações.
*matéria atualizada às 16h46 do dia 13 de dezembro de 2022 para correção de informações: foram afetadas as páginas de órgãos ligados aos governos de Alagoas e Ceará, e não Alagoas, Pernambuco, Ceará e Maranhão, como publicado na versão anterior do texto.