Lula em Berlim: presidente fala dos desafios no acordo Mercosul-UE
O presidente Lula chegou a Berlim na Alemanha neste domingo e um dos focos das negociações brasileiras é o acordo entre o Mercosul e a União Europeia, que vem sendo costurado há anos e corre risco de não ser finalizado.
Lula já tem reunião agendada com a presidente do bloco,Ursula von der Leyen, para tratar do assunto. Antes de embarcarem do bairro onde participou da COP28, ele falou sobre as discordâncias entre os países europeus e Sul -americanos.
"Se não tiver acordo paciência, não foi por falta de vontade. A única coisa que tem que ficar claro é que não digam mais que é por conta do Brasil e que não digam mais que é por conta da América do Sul. Assuma a responsabilidade de que os países ricos não querem fazer um acordo na perspectiva de fazer qualquer concessão."
Lula também respondeu às declarações dadas pelo presidente da França Emmanuel Macron logo após uma reunião entre os dois.
Macron disse que é contra o acordo em seus termos atuais que impõe a diminuição das emissões de carbono a produtores europeus, mas não dita as mesmas regras para os sul -americanos.
"A França sempre foi o país que criou obstáculo no acordo do Mercosul e a União Europeia, porque a França tem milhão de pequenos produtores e eles querem produzir os seus produtos. Agora o que eles não sabem é que nós também temos 4 milhões de 600 mil pequenas propriedades até 100 hectares que produzem quase 90% do alimento que nós comemos e que são alimentos de qualidade e que nós também queremos vender. Bom, então eu fiz uma reunião com Macron para tentar mexer com o coração dele. Eu falei Macron, quando você voltar para França, abre o seu coração, cara, pensa um pouco na América do Sul, pensa no Mercosul, nós somos países pobres, temos países pequenos, bom, me parece que ele não pensou."
O acordo também deve ser central nas discussões da cúpula de chefes de Estado do Mercosul, que será realizada na próxima quinta -feira no Rio de Janeiro. Mas antes disso, Lula determinou que seu assessor especial, Celso Amorim ouça a opinião dos movimentos sociais e das organizações de pequenos agricultores brasileiros.