Com mais da metade das mortes por Covid-19 em um hospital, prefeitura de São Paulo pede intervenção
O Estado de São Paulo bateu o recorde em número de mortes por coronavírus. Só nesta terça-feira foram confirmadas 23 novas vítimas da epidemia, chegando a 136 óbitos no estado.
É o maior aumento em números absolutos já registrado. Entre as novas vítimas estão duas mulheres e um homem com menos de 60 anos que tinham comorbidades.
Mais da metade de todos os óbitos no estado, 79 deles, ocorreram no Hospital Sancta Maggiore, ligado ao plano de saúde Prevent Senior, especializado no atendimento a idosos.
A prefeitura de São Paulo pediu a intervenção no hospital. O pedido está sendo avaliado pelo Centro de Vigilância Sanitária do Estado. Já o Ministério Público do estado instaurou um inquérito criminal para apurar possível negligência.
Para o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, o caso é grave, e o hospital errou ao não fazer uma barreira sanitária isolando os pacientes com coronavírus.
Em nota, o advogado que representa a Prevent Senior, Nelson Willians, disse que a prefeitura de São Paulo usa de expedientes desonestos, abusivos e inverídicos para ganhar notoriedade e causar pânico, e que vai acionar a prefeitura judicialmente por descumprimento dos princípios constitucionais administrativos.
O número de casos no estado de São Paulo aumentou 54% desde segunda-feira, chegando a 2.339. Entre os casos confirmados estão vários profissionais de saúde.
Nessa terça-feira o Hospital das Clínicas, o maior complexo hospitalar da américa latina, anunciou o afastamento de 125 médicos e enfermeiros por coronavírus. O hospital Albert Einstein também afastou outros 348 profissionais pelo mesmo motivo. Na segunda-feira, o hospital Sírio Libanês já tinha anunciado o afastamento de 104 profissionais de saúde.