Mandetta volta a defender isolamento e nega demissão de secretário: "sairemos juntos"
O Ministério da Saúde já registra 28.320 pessoas contaminadas com o novo coronavírus e 1.736 mortes. Nas últimas 24 horas, foram notificados 3.058 novos casos, um crescimento de 12%, e 204 novas mortes, um aumento de 13%. A letalidade é de 6,1% dos casos confirmados.
Tocantins registrou o primeiro óbito por Covid-19 nesta quarta-feira. O estado tem 26 casos confirmados. Agora, todos as unidades da federação tem casos fatais da doença.
São Paulo segue com maior número de mortes, com 778, seguido do Rio de Janeiro, com 265; Pernambuco, 143; Ceará, 116; e Amazonas, com 106 óbitos.
O ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, afirmou que não aceitou a demissão do Secretário de Vigilância em Saúde, Wanderson de Oliveira, que pediu para deixar o cargo nesta quarta-feira diante da possível saída do ministro.
“Entramos no ministério juntos, estamos juntos e sairemos do ministério juntos. Hoje teve muito ruído por causa do Wanderson, por conta de toda essa ambiência, o Wanderson falou que já mandou [a mensagem] para o setor dele falando que ia sair, aquilo chegou para mim, eu falei que não aceito. Wanderson está aqui, acabou esse assunto, vamos trabalhar juntos até o momento de sairmos juntos do Ministério da Saúde”.
O ministro Mandetta afirmou que há um descompasso público entre o ministério e o governo, e explicou quando pode deixar o posto.
“Eu deixo o Ministério da Saúde em três situações: uma quando o presidente não quiser mais o meu trabalho. A segunda é se, eventualmente, isso a gente não pode saber, imagina que eu pego uma gripe dessa e tenho que ser afastado por forças alheias a minha vontade. E a terceira é quando eu sentir que o trabalho feito já não é mais necessário que seja mais continuado, porque de alguma maneira passamos por esse stress”.
Mandetta afirmou que a cautela da população com o isolamento social garantiu um achatamento da curva de crescimento da contaminação.
“O Brasil fez uma boa redução da dinâmica social. O que aconteceu em todos esses países é que eles não fizeram, ou demoraram muito para fazer, e acurva foi muito aguda, e o sistema de saúde deles não teve capacidade de atendimento. O nosso, alguns acham que foi exagero, outros que não deveria ter, mas por via de decisões principalmente de governadores e prefeitos, passamos duas semanas com uma redução muito grande da dinâmica social. Houve uma adesão muito grande da sociedade brasileira”.
O Ministério da Saúde informou que, nesta quarta-feira, foram habilitados 210 leitos de UTI na rede pública. Dessa forma, o SUS poderá custear o funcionamento desses leitos nos estados.