Aleitamento materno aumenta no Brasil
Pesquisa da UFRJ revela aumento nos índices de aleitamento materno no Brasil.
A amamentação exclusiva no Brasil entre crianças menores de 4 meses aumentou em mais de 12 vezes, saindo de 4,7% em 1986 para 60% este ano.
Já entre os menores de seis meses, a alta chegou perto de 44 pontos percentuais, passando de 2,9% para 45,7%, no mesmo período.
Os resultados constam no Enani, Estudo Nacional de Alimentação e Nutrição Infantil, encomendado pelo Ministério da Saúde e desenvolvido pela Universidade Federal do Rio de Janeiro, em conjunto com a Fiocruz e diversas instituições públicas de ensino superior.
A pesquisa inédita coletou dados a partir da visita a 15 mil domicílios em todos os estados do país e Distrito Federal. Foram avaliadas crianças menores de 5 anos, entre fevereiro de 2019 e março de 2020.
Para o coordenador nacional do estudo, Gilberto Kac, pesquisador da UFRJ, os resultados foram animadores.
Ainda de acordo com o coordenador, um dos principais fatores que contribuíram para o resultado foi a ampliação da licença maternidade para quatro meses. Até 1986, o benefício era de apenas 84 dias. E nesse contexto, o programa Empresa Cidadã, regulamentado em 2008, também influenciou, já que garantiu um período de licença de seis meses e instituiu as salas de apoio à amamentação nos locais de trabalho.
Outro ponto que ajudou a aumentar o percentual de crianças alimentadas exclusivamente com o leite materno foi a regulação de propagandas de substitutos da amamentação.
A coordenadora geral de Alimentação e Nutrição do Ministério da Saúde, Gisele Bortolini, ressalta que o estudo permite o aperfeiçoamento do conjunto de políticas públicas.
Além das práticas de aleitamento materno, o levantamento analisou os indicadores nacionais referentes ao consumo alimentar e carências nutricionais infantis.