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Saúde

Setembro Amarelo: entenda a relação entre nutrição e saúde mental

Redes sociais também é o assunto da terceira reportagem da série
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Ana Lúcia Caldas
09/09/2020 - 13:34
Brasília
Planaltina/DF - Estrangeiros conhecem experiência brasileira de distribuição de alimentos, desenvolvidas pelo Programa de Aquisição de Alimentos (PAA)  (Antonio Cruz/Agência Brasil)
© Antonio Cruz/Agência Brasil

Nós estamos no Setembro Amarelo, mês de prevenção ao suicídio.

Sonora: “Todos os transtornos, desde uma tristeza, uma anseidade, episódios maníacos, a uma depressão, tem um estudo do Hospital John Hospkins mostrando que episódios maníacos estavam aumentados em pacientes que consumiam três vezes mais alimentos embutidos, alimentos curados.”

Essa é a nutricionista Andrezza Botelho falando da influência dos alimentos nos distúrbios psiquiátricos. Segundo ela, hoje existe até a psiquiatria nutricional

Sonora: “Tem uma vertente da influência da nutrição dos distúrbios psiquiátricos. Tem uma relação direta do eixo cérebro-intestino, a relação direta de uma microbiota, com episódios de tristeza e ansiedade”.

Entre os alimentos benefícos para o bem-estar mental estão as frutas vermelhas, peixes e sementes.

Sonora: “Frutas vermelhas são fontes de uma proteína que dá a cor dessas frutas. E tem fato de proteção, antioxidante. Ômega 3 também tem sido relacionado com a melhora do quadro […]. Alimentos fontes de magnésio, que é um relaxante muscular […] que encontramos em alimentos verdes […].

Andrezza Botelho destaca que nutricionistas devem aconselhar seus pacientes a buscarem tratamento com profissionais da saúde mental quando o caso necessitar de ajuda.

A busca pela saúde mental passa por outra preocupação, as redes sociais.

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), há alguns fatores com maior potencial de desenvolver a depressão na juventude.

Entre eles estão a pressão familiar, questões de gênero e o uso desequilibrado de tecnologias.

A psiquiatra Ana Paula Carvalho diz que fazer quando a internet é um mal.

Sonora: “Se você segue alguém que, todas as vezes que está seguindo, você percebe que, depois da publicação dos posts, que você se sente bem, melhor, é algo pra continuar fazendo. Se você sente que fica pra baixo, que a pessoa tem só coisas negativas, ou muito maravilhosa, e te traz angústia, está na hora de fazer uma coisa que tá na moda agora que é om unfollow, deixar de seguir.”

Existe ainda a preocupação com as brincadeiras perigosas e o cyberbullying.

A psiquiatra Alexandrina Meleiro lembra que na internet há o risco e a ajuda.

Sonora: “Estimulando ou ensinando métodos pra se matar, fazendo sensacionalismo de reportagens de pessoas que se suicidaram, principalmente de artistas, blogueiros, que isso acaba tendo um efeito de contágio, principalmente para as pessoas mais suscetíveis e fragilizadas, como os adolescentes, que acabam vendo e imitando o comportamento. Por outro lado, na internet a gente encontra o CVV, reportagens, lugares e sites que vão dar, sem dúvida, um alento.”

Vilã ou mocinha a internet pode ser os dois, pois ajuda também nos atendimentos online, como destaca Ana Paula Carvalho.

Sonora: “Começar a pensar a internet por si só, ela não é vilã, nem mocinha. Ela é uma ferramenta que a gente tem. Depende muito de como a gente utiliza. Sem a internet hoje, pelo momento que estamos passando, seria tudo impossível, veja, a maioria do atendimentos de psicólogos e psiquiatras está sendo feita pela internet, online”.

E se você está passando por um momento difícil pode buscar ajuda também em grupos de apoio, nos Centros de Atenção Psicossocial e Unidades Básicas de Saúde, Hospitais e no Centro de Valorização da Vida, no 188, ou pela internet.

 

Saiba mais

Conheça o Plano de Ação de Saúde Mental 2013-2020 da OMS. As versões estão disponíveis em inglês, italiano, francês, japonês e espanhol.

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